domingo, 28 de dezembro de 2008

Tolerância

sei lá, tem várias mini-reflexões que eu nem escrevo aqui pq geralmente nao considero dignos de, sozinho, estrelarem um post. Mas acho que é uma boa parar com isso e começar a postar mais idéias soltas e bobas, quase no nivel do afzipi, auehuaheh

Enfim, acho que posso começar mencionando um dos grandes lugares comuns desses tempos (daqueles a que as pessoas se referem tao enfaticamente que espanta notar q nenhuma delas pensou nas suas consequências mais radicais - acho que tem um filtro de razoabilidade (ou uma "miopia de razoabilidade") que em geral faz só filósofos e excêntricos e românticos alemães ficarem levando as coisas às últimas consequencias) sobre tolerância e aceitar as diferenças. O problema é que aceitar todos os pontos de vista, nunca querer que outras pessoas assumam algum outro, é ser inútil prás pessoas, não colaborar em nada pro crescimento delas. O extremo oposto, a completa intolerância, fundamentalismo, e tentativa de converter qualquer um que passe perto ao seu único ponto de vista, é beem mais educativo prás pessoas, mas torna a convivência razoavelmente insuportável.

Claro, como com quase tudo, deve haver um equilíbrio entre as duas posições, ou uma superposição de estados entre elas. Porque, por um lado, é interessante que suas próprias posições defensáveis sejam um tanto quanto amplas (é chato querer convencer as pessoas sempre das mesmas coisas), e por outro, reconhecer posições diferentes é inclusive útil para "converter pessoas aos seus pontos de vista defensáveis" de forma mais eficiente (sendo ainda mais educativo prás pessoas do que o fundamentalismo completo). E de qualquer forma a briga com a intolerância tem talvez mais a ver com uma forma estúpida e cega de convencimento que, mais que não-eficiente, trabalha contra seus próprios propósitos.

Uma interseção entre o conjunto de opiniões que você compreende e o conjunto de opiniões que você quer mudar parece algo bom de se ter, de qualquer forma. Mas uma coisa interessante é uma fronteira que existe para além das posições não-compreendidas e não-toleradas, que eu posso chamar de "fronteira do completamente outro": pessoas tão tão diferentes que atrazem consigo a admissão da completa ignorância sobre aquela disposição e um certo desanimo e uma certa prudência de nem tentar interferir. O que faz pensar, fazendo o caminho inverso, que toda tentativa de convencimento envolve pelo menos um modelo minimamente razoável sobre o estado da outra pessoa que se quer ver mudado.

Pois é, uma idéia solta rendeu três parágrafos médios. Eu to ficando muito verborrágico. Enfim.

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