sexta-feira, 30 de maio de 2008

Chu - vertente Biúnil

(primeiro post... emocionante =~~)

O movimento em torno de Chu ("o urso panda de 120 metros de altura") surgiu espontaneamente na comunidade dos homens como um agrupamento no orkut. Hoje já existem muitas pessoas falando em torno do tema, pessoas que se encontram sempre na comunidade para discutir de forma leve e com uma pitada de nonsense (o que é saudável para discussões dos tempos de hoje), os princípios em torno da "crença". Por que, de alguma forma - e é como os membros antigos gostam de encarar - seguir o amor de Chu pode ser considerado uma forma de religião. E colou. Foi a religião que eu adotei. Claro, é uma religião sem nenhum tipo de doutrina, que subsiste apenas nas reuniões periódicas da comunidade primitiva dela, no orkut.

Mas não era satisfatório para mim e para a minha mania de racionalização e articulação formal das idéias com as quais eu me envolvo - ainda mais com eu proclamando isto como a minha religião oficial. Então resolvi escrever alguns princípios que extraí das discussões da comunidade, juntando com alguns princípios meus próprios, pra construir uma concepção teórica em que se baseie a religião chuísta. Contudo, sem nenhuma pretensão de tornar os meus princípios universais entre todos os seguidores de Chu, vou chamar isso de vertente Biúnil ou Escola Biúnil do Chuísmo. Segue a primeira versão do que eu escrevi:


Chu ama a todos, carrega dentro de si uma quantidade inimaginável de amor. Chu é a ursificação do amor. Nós devemos ser tomados por este amor; não para amar e adorar chu sobre todas as outras coisas, mas para segui-lo como exemplo, e amar a todas as pessoas e a todas as coisas, sem necessária hierarquia.

Não há nenhum sentido para Chu ser um urso Panda de 120 metros de altura; qualquer tentativa de racionalização neste sentido será artificial, estéril e completamente alheia aos nossos propósitos.

Chu fala de vida e não de morte, do amor por todas as infinitas coisas que povoam o universo, e do viver em consonância com elas, sabendo vibrar nos múltiplos ritmos que a natureza manifesta. O que importa é este mundo que pode ser vivido agora, e não nenhum Outro.

Não se busca identificar o amor ou qualquer outra coisa a uma unidade fundamental. Rejeitamos qualquer unidade fundamental. O universo e a humanidade são, em aparência e essência, preenchidos de muitas formas, de formas diferentes e múltiplas. Chu faz parte da multiplicidade.
Chu pode ser considerado uma das criaturas de Deus, ou uma das manifestações do Um , mas não queremos reduzir as coisas a uma unidade, ou pô-las hierarquicamente submissas a um ente mais fundamental. A multiplicidade é o fundamental, é tudo o que existe. Chu faz parte dela, e tudo o que ele fez foi desenhar um caminho no múltiplo. Queremos aprender este caminho - embora cada um vá trilhá-lo de um modo próprio.

*-* *-* *-*

Tudo o que se conhece é história. Sistemas racionais são úteis, mas sua limitação precisa ser reconhecida. A compreensão que se aceita é a compreensão dos caminhos traçados, não uma compreensão atemporal. Não existe atemporalidade. Tudo passa, tudo se transforma. O tempo permeia todas as coisas. Compreender é entender as mudanças, é saber mudar com elas. É saber vibrar bem com todo o resto que vibra.


Acima dos esquemas estão as histórias. Acima das histórias está a vida. Compreender é importante, mas viver é mais. Viver é maior, sempre.

Ademais, toda compreensão é criação. Não existe compreensão passiva; o agente que pensa é sempre ativo, porque está sempre inventando os seus pensamentos, sempre acrescentando cores que não estavam presentes no mundo antes.

Chu é claramente uma invenção da cabeça de outros homens. Mas nem por isso não pode ser encarado com realismo. Todas as outras coisas são invenções das cabeças do homem, mas muitos homens acreditam em muitas delas. Por isso nos sentimos totalmente à vontade pra inventar a idéia de Chu e segui-la ao mesmo tempo.

Mas as idéias são independentes de seus criadores, caminham sozinhas. Seguimos Chu, e de forma nenhuma ninguém mais que se diga seu criador. Não há adoração entre nós - nem mesmo adoração de Chu. Só há os caminhos.

Se me perguntarem qual o caminho de Chu, não vou poder dar uma resposta satisfatória, pois tudo o que eu disser será localizado e passageiro. Não podemos estabelecer uma doutrina, pois ela seria uma classificação, mais pobre que as histórias dos caminhos de Chu, mais pobres que a experiência viva deste caminho. E seguir o caminho é criar o próprio caminho. Se queremos estabelecer Chu como algo durável, não podemos insistir numa doutrina fechada, ou gastaremos nosso tempo. Tudo o que podemos ter são princípios e idéias gerais, tão flexíveis, fluidas e transformáveis quanto todas as outras coisas. Assim, o caminho de Chu vibra na freqüência de todo o resto que vibra, sendo assim este caminho um seguidor de si mesmo.