segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Ridículo

O valor estético do Ridículo é importante na nossa vida pós-moderna. Especialmente na seleção de exemplos ou metáforas associadas a construtos teóricos (por exemplo, dizer que alguém receptivo e acolhedor partilha do arquétipo da Enfermeira Joy, do Pokémon). Escolher exemplos ridículos e não exemplos sublimes dá uma mundanidade necessária à ideia, porque mostra que ideias "elevadas" aparecem em dimensões tão triviais como a cultura pop, e mostra também que essas dimensões como a cultura pop carregam conhecimentos valiosos sobre as pessoas e a vida. E o recurso ao humor tira suas pretensões iluministas (de conhecimento verdadeiro), traz a lição discordiana (e da pós-modernidade) de que o excesso de seriedade e de crença na ordem nos cega. Nos lembra que a ideia teórica, como o exemplo escolhido, é apenas uma opção tirada de dentro do enorme armário das ideias fornecidas pelas tradições.

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